O ar, por não ter forma definida, traz consigo o aspecto da transcendência. A terra traz a forma e a densidade, o fogo traz o calor e a luz, a água traz a maleabilidade e o ar traz justamente a dissolução e o movimento.
Vayu não é o vento ou ar encontrado no plano físico terreno, mas sim, a essência do elemento ar. Ele representa o movimento presente dentro e fora do corpo. O ar é essencial à vida e todas as células possuem um espaço vazio para o ar.
Esta casa também está relacionada com a consciência maior que, por sua vez, tem supremacia sobre a matéria. Ao alcançar esse estágio você torna-se mais leve e ganha mais liberdade de ação.
O jogo está chamando você para a fluidez, para a leveza, que só é possível quando se atinge certo grau de desapego da forma. Aqui existe a qualidade da vacuidade ou do esvaziamento e você se aproxima cada vez mais do silêncio interior.
Ao tornar-se leve e em paz, o jogador experimenta a meditação como um estado de bem-estar interno.
Não é indispensável praticar exercícios para atingir este estágio de expressão, pois ele é alcançado no momento em que a compreensão sobre a harmonia no agir é conquistada pelo jogador, com exercícios ou não.
Quando a receptividade se harmoniza com a atividade, quando a energia pessoal é utilizada para a evolução da vida ao seu redor, produz no íntimo do jogador um sentimento de paz, atenção e tranquilidade que permitem a expressão consciente acontecer.
Sem conflitos e confrontos, sem mágoas, sem medo, cólera ou cobiça para te assustar, você consegue meditar, fazer a ponte da terra com o céu, se conectar com o Divino dentro de ti e Ser da Paz Profunda.
Na meditação nada te abala ou perturba, existe um estado de alerta e uma tranquilidade interna, que te traz a capacidade de interagir com a existência, com tudo e com todos sem se perturbar com nada ou ninguém.
As dunas de areia desviam o vento, mas não o detêm.
A vida autônoma nos animais começa e termina com uma respiração. Sem o ar não sobrevivem. Por essa razão estão todos conectados, respirando o mesmo ar, e isso faz com que o elemento seja coletivo.
São cinco os elementos em Ayurveda: terra, água, ar, fogo e éter. O elemento Ar, Vata em Ayurveda, está em todos os corpos e é essencial para a existência do fogo, além do que é fisicamente tangível.
Esse reino existe dentro e ao redor de todos, e é muito poderoso e sutil. Algumas vezes, uma mente consciente até tenta negar sua existência. Mas não importa o que nossas mentes dizem, sabemos que ele é real.
A Energia Sagrada do ar, seu Poder Superior, é extraordinária. Os praticantes pouco compreendem isso. É sempre novo. Sempre diferente, e sempre exatamente o que precisa ser. É a Força da Vida dentro de cada ser controlada por sua respiração. É o que anima, o que dá energia, o que dá resistência – o Sopro Divino.
Quem medita todas as manhãs, respira e sente seu corpo prânico sendo ativado. Antes de comer, antes de um café, o Caminhante Lilah pratica iôga e meditação, e em algum momento, durante a prática, sente a magia da energia do Ar se movendo, a mente em paz, o corpo aquecido e, de alguma forma, nem fome tem!
Um corpo em equilíbrio, neutro, lindo, forte, que diz:
— Eu estou em mim!
Cada meditação parece uma nova mágica!
A única coisa que o Caminhante Lilah pode fazer na presença dessa sacralidade, é curvar-se, inclinar a cabeça, e entregar seu intelecto mental finito a quem conhece melhor.
57. Vāyuloka: plano do vento
O vento é movimento puro, sem peso, forma nem medida.
Um líquido ainda adquire a forma do recipiente que o contém.
Assim, ao chegar aqui, deixei de estar limitado.
Momentaneamente ganhei liberdade de ação.
Tampouco tenho peso, massa, nem forma.