Esta é uma casa perigosa, uma armadilha do sexto chakra. Ao chegar neste nível, você já tem consciência de que tudo é Maya e nada é, de fato, real. Esse entendimento, apesar de correto, pode levá-lo (a) a cometer o equívoco de agir com imprudência ou violência, negligenciando a Lei do Karma.
Não tendo chegado à Devoção Espiritual (casa 54 – Bhakti-loka), você ainda não se tornou amante da vida e, por isso, corre o risco de cair nessa armadilha.
Grandes líderes religiosos, que se intitulam enviados de Deus para a salvação da humanidade, acabam sendo responsáveis por grandes guerras e atentados terroristas. Eles visitam Himsa-loka, pois acreditam que estão acima de tudo e todos, acima do próprio Amor Divino.
Compreendendo a natureza transitória da matéria, alguns mestres, yogis e yoginis acabam maltratando seus seguidores e o próprio corpo. Porém, estando encarnados, eles (as) ainda estão sujeitos (as) às leis do jogo e ao ciclo de mortes e renascimentos.
Ao visitar esta casa, você é obrigado (a) a descer de volta ao quarto chakra para experienciar o Purgatório (casa 35 – Narka-loka).
A violência gera karma.
Interferir pode indicar ferir por dentro.
A violência surge quando não respeitamos os nossos limites, quando forçamos alguma situação movidos pelos desejos pessoais, que estreitam nossa visão sobre os fatos. Volte à casa 35 Reflexão, para refletir sobre sua atitude perante a vida, aprenda a ouvir com o coração e mantenha a compaixão acesa em você, para poder se preparar melhor e subir rumo ao teu destino.
Quando nos sentimos ofendidos estamos sendo violentos também. Você conseguiu alcançar conhecimentos e méritos com seu esforço pessoal, mas isso não te dá o direito de querer reformar ou ajudar ostensivamente ninguém. Cair por esta cobra indica que você ainda está julgando a partir de uma visão externa, por isso, precisa se alinhar com sua autorreflexão para conseguir agir a partir das oportunidades que surgem em seu caminho e parar de forçar a barra para atingir seus objetivos na vida.
Incitar Violência em nome de Deus é anarquia espiritual.
Aqui o Caminhante Lilah se encontra na cabeça da serpente que o levará de volta à Casa 35 (Purgatório) , a fim de purificar seu espírito.
Um dia ruim pode aborrecer muito, e por isso é necessário aprender a lidar com essa carga de energia negativa, que tanto pode vir de fora como de dentro.
Desta maneira, o Caminhante precisa se conhecer, e sai em busca de práticas de autoconhecimento, bastante difundidas nos dias de hoje, para proteger-se de pessoas tóxicas ou vitimistas, e para educar-se com seus excessos, normalmente os alimentares.
Encontra ele no trajeto várias práticas, como iôga, meditação, retiros de silêncio e talvez, com as duas práticas mais deliciosas e populares, que lidam com exercícios corporais e rítmicos, como a Bioenergética ou com a Biodanza, ambas propondo movimentos de fluência corporal, resgatando e promovendo os diálogos não verbais entre os participantes, valorizando o olhar, o toque e a intuição.
Claro que a violência surge também quando ocorre o desrespeito aos princípios de intersubjetividade, a exclusão social e a falta de cidadania e ética. Daí o surgimento de várias organizações funcionais e integradoras que buscam desmontar as estruturas repressivas e defensivas.
“Reeducar-se para a não-violência é um empreendimento grandioso e sublime, que não permite negligência, covardia, preguiça, equívocos e principalmente auto embuste. Vale todo o esforço!”
52. Hiṁsā: violência
A ira é uma reação de defesa pessoal. Para ser violento, entretanto, necessito ter uma grande confiança em mim mesmo.
A violência nasce somente quando possuo uma verdade: acredito ser o agente de Deus e a violência acontece no afã de reformar a consciência dos demais…
Em casos extremos posso inclusive desejar que morram, para que suas consciências possam sair da ignorância.
E assim, vou para o purgatório(35), na quarta fileira.