A dor é uma grande aliada no Jogo da Vida, ela nos situa na jornada e garante o retorno à nossa essência. Quanto mais você se afasta de si mesmo(a), quanto mais anda na direção contrária do Dharma, mais sofrimento você gera para si mesmo(a) e para os outros.
Se não existisse a dor, talvez não estivéssemos vivos, pois não teríamos noção dos perigos que nos cercam. Quando sentimos dor em algum ponto do corpo é um alerta sobre algo que precisa ser tratado. As dores emocionais têm a mesma função, elas nos mostram o que precisa ser transformado. Porém, temos medo da dor e tentamos fugir dela, mas isso é o que nos mantém presos ao sofrimento. Quando negamos a dor, também deixamos de aprender as lições que ela nos oferece.
Ter coragem de entrar em contato cornos sentimentos negados e sentir a dor é a chave mestra da cura. Ao parar nesta casa, você está sendo convidado(a) a iniciar um trabalho de cura, no qual o primeiro passo é renunciar aos amortecedores, para poder sentir. Esta posição do jogo não é confortável, mas faz parte do processo evolutivo da alma.
A aflição, a angústia, a tensão e a tristeza estão representadas nesta casa e impede o jogador de enxergar os fatos reais ao seu redor.
Calma, a aflição só está querendo te dizer que você precisa mudar alguma coisa que não está bem em você.
Quando nos comportamos em aflição, não conseguimos enxergar a realidade dos fatos e perdemos energia vital na agonia de se sentir culpado por alguma coisa, por algo ou alguém.
Amanhã será outro dia.
A dor se estabelece quando o espírito não aceita algo ou alguém, e se espalha pelas entranhas por meio do cérebro, deixando a alma abalada. O corpo dói, o semblante se apaga.
Aqui o Caminhante Lilah se sente débil e reluta em atirar para longe o manto que lhe abafa a Vida. A energia está boqueada. A dor é sua única ferramenta de expressão. Mas seu espírito de sobrevivência não descansa e lhe dispara um alarme: os perigos entre a dor temporária e a dor permanente. Os apegos se firmam em coisas das quais não gostamos, causam problemas, mas só nos damos conta ao largar o fardo.
Saia daqui! — grita uma voz interior para arrancar o Caminhante desse círculo obscuro e entrar no seguinte, na Roda da Vida que tudo muda e o que era tristeza vira alegria e a tempestade, bonança.
Assim é Ouruboros, o dragão que morde a própria cauda, rompendo a evolução linear, marcando uma mudança, e emergindo em um outro nível de existência, simbolizado pelo círculo.
“Tudo passa e isto também passará!”
26. Duḥkha: sofrimento
O sofrimento é um dos extremos de minha vida emocional. O outro é a alegria.
Percebo a dor como uma repressão que acontece no corpo quando sofro uma perda e a minha energia se bloqueia, como o dragão que morde a própria cauda.
O sofrimento é um cobertor que me envolve. Não consigo ver mais nada além do cobertor.
É um estado temporário, mas que pode transformar-se em um modo de ser.