Aqui mora a serpente que leva você de volta para a casa 8 – Matsarya, a Avareza. A inveja leva você a não dar o que tem para dar porque, ao invés disso, você pode estar perdendo tempo querendo dar/ser outra coisa. É como um limoeiro querendo dar maçãs, se o limão olha para a maçã e deseja ser uma macieira, ele acaba não dando nem limões nem maçãs.

A Inveja é uma matriz difícil de ser percebida, quanto mais reconhecida pelo (a) buscador(a). Ela está relacionada à ferida da inadequação, do sentimento de incapacidade, de impotência e de inferioridade. Quando alguém, através do seu brilho, do seu sucesso, da sua força ou da sua beleza, toca nessa ferida, a inveja solta o seu veneno que é o desejo que o outro não brilhe.

Quando você experiencia este sentimento de inveja, inconscientemente deseja colocar o outro para baixo, de forma que possa se sentir menos inferior. Pode existir um prazer em ver o outro cair.

A Inveja é uma matriz muito disfarçada. Disfarçamos inclusive para nós mesmos, pois é difícil de lidar com a consciência desse desejo maldoso dentro de nós. Muitos disfarçam a inveja com uma falsa admiração. Quando admiro, eu desejo ver o outro brilhar. A Inveja é bem diferente e age de maneira sorrateira e astuta. Muitas vezes, você pode elogiar a pessoa invejada, mas logo depois, aponta um defeito: Fulano é muito legal, mas tem esse problema. Como  invejoso(a), normalmente, você pode abrir um sorriso amarelo ao ouvir a boa notícia do(a) invejado(a).

A energia da Inveja vem sempre com uma carga forte de rejeição. Por isso, muitas vezes, acionamos um mecanismo inconsciente de proteção que é esconder o nosso brilho para não causar inveja no outro. A pessoa invejosa pode ser um familiar, um(a) amigo(a), ou seja, alguém com quem você se importa e por quem deseja ser aceito(a). Mas, se você estiver menos identificado(a) com sua própria ferida de inferioridade, não será afetado(a) pela inveja do outro, porque não dependerá da sua aceitação. Nesse caso, você pode ajudá-lo espelhando suas qualidades positivas, ensinando e demonstrando que existe um caminho a ser percorrido para chegar aonde está e que ele também pode brilhar. Se você não se permite brilhar por causa da inveja do outro, você perde, inclusive, a oportunidade de ajudá-lo.

Quando você amadurece e se liberta da vaidade, pode brilhar sem gerar inveja. A vaidade e o orgulho são irmãs da inveja, elas atuam juntas. Quando você constrói algo com base na vaidade, acaba sempre atraindo a inveja, pois inconscientemente comunica que é especial, que é melhor que os outros e isso alimenta essa energia.

Mas, se estiver íntegro(a), cientes de seu real valor, a inveja não lhe atinge. Porém, é importante você estar sempre atento (a) porque a inveja, principalmente aquela inconsciente, lança uma carga forte de ódio que pode gerar destruição.

O chamado desta casa é conectar-se com sua própria força, que está na sua essência e que é a expressão genuína do seu valor. A chave é parar de se comparar e olhar para dentro para encontrar o autovalor, descobrir o que você tem para dar. Quando não está consciente de seu valor, você se compara com os outros e acaba desejando ser algo diferente do que é.

Não adianta querer ser um limoeiro se você é uma jaqueira. Uma jaca nunca dará uma boa limonada.